segunda-feira, 11 de abril de 2011

Chegou ...

Toc! Toc! Toc!
-Quem é?
-Oi, sou sua mais nova companheira, meu nome é felicidade. Posso entrar?!
-Finalmente! Andei procurando você por aí , até que enfim você resolveu aparecer!

...E chegou assim, sem avisar ...

domingo, 20 de março de 2011

A Falta

Hoje eu acordei triste.
Fazia muito tempo que não me sentia assim.
Embora eu tivesse lá os meus tropeços até agora eu havia caído;
Hoje eu cai
Me encontro esparramada no chão sem força nenhuma para levantar.
É como se eu quisesse me esconder sob o chão frio.
Essa sensação de vazio que me consome faz lembrar todos os dias a falta que faz as pessoas certas na sua vida.
Todos dizem:
Bruna você é linda, inteligente, simpática quando menos esperar aparecerá alguem legal na sua vida.
Afinal, se sou linda, inteligente e simpática por que me sinto tão sozinha?
Escuto isso e tenho a sensação de que meu coração nem parece mais um coração
É só mais um músculo do meu corpo que bate. As vezes forte, as vezes devagar.
Todos os dias eu distribuo sorrisos como se dentro de mim só houvesse alegria.
Mas meu consciente está no meio de uma tempestade e eu sinto que estou naufragando.
Minha alma ficou presa no submerso da Atlântida e não sabe mais o que é emergir.
Eu nunca soube viver mais ou menos, amar mais ou menos ou ser uma pessoa mais ou menos.
Eu tenho mania de querer ser completa em tudo.
Não gosto da sensação da falta.
Nunca pode faltar carinho.
Nunca pode faltar amor.
Nunca pode faltar tristeza.
Nunca pode faltar Alegria.
Nunca pode faltar nada.
Mas esse nunca não existe.
E ai um dia falta amor, no outro falta carinho, no outro falta amigos, no outro falta paz.
E eu fico em falta.
Em falta comigo mesma.
E então me desespero, começo a querer preencher tudo quanto é buraco que aparece no meu peito.
E vou preenchendo com qualquer coisa.
Nessa necessidade louca em me sentir cheia, completa.
Fiquei cheia de coisas.
Cheia de coisas sem sentindo. Cheia de coisas sem motivos.

Há certos vazios que nada preenchem ....

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A dor do fim

Não sei porque é tão triste a dor do fim.
Tudo na vida tem começo, meio e fim.
E a gente teima em culpar o bendinto término. Costumamos não aceitar quando alguma coisa acaba, seja um trabalho, um relacionamento, uma amizade ou até mesmo um problema.
É engraçado dizer isso não é mesmo? Quem não quer acabar com os problemas?
Todo mundo quer mas são poucas as pessoas que conseguem fazer isso.
Acabar com alguma coisa, requer coragem.
E nem todo mundo é corajoso para dar o fim em algo que lhe incomoda.
Quando temos um problema, nós nos acostumamos com ele e dependendo do tamanho aprendemos a conviver com isso.
Eu falo isso, porque eu mesma sou uma dessas pessoas.
As vezes eu fico me lamentando e só vendo as possibilidades ruins. Quando a verdade Deus me fechou uma porta e abriu uma janela.
Ou seja, sempre há uma outra possibilidade. Não existe problemas sem solução nem dor que dure pra sempre.
A dor do fim é inevitavel. E seja lá o que for temos que superar.A vida não é facil pra ninguem e você não é a unica pessoa do planeta a se lamentar.
Conviver com a dor é o melhor amadurecimento.
Fortalece a alma, enrijece os musculos do coração e trás de volta o auto-reconhecimento.
Admita a dor.
Encare a verdade.
E por mais dificil que pareça ser, busque a felicidade.
Ela costuma estar nas coisas simples é a gente que sempre complica.


Torço por vocês e espero que torçam por mim!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eu sempre fui uma pessoa de muitas certezas e poucas dúvidas.
Ultimamente eu tenho passado mais tempo da minha vida me preocupando com o meu fracasso do que planejando a minha vitória.
Então hoje, logo que acordei, respirei fundo e decidi não ser mais Eu.
Esse Eu que tanto me faz mal, apartir de hoje não existe mais.
E com ela foi embora todas as incertezas, medos, frustrações e todos os problemas que pareciam ser sem solução.

Encho o peito de ar e respiro aliviada. Afinal não é todos os dias que temos coragem de abandonar alguem. Ainda mais quando esse alguem sou Eu.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Você

A mesa rodava, as luzes insistiam, os barulhos iam cessando como um prêmio e as pessoas tentavam me aquecer. Eu sabia que estava sendo amada, talvez como nunca em toda a minha vida. Mas só tinha olhos para você e pela sua mão gorda. Eu olhava como quem não olha e me dizia baixinho: olha ele lá, olha lá as mãos gordinhas que eu tanto amo sem mais e sem fim.Matei finalmente a saudade do seu dedão. Seu dedão meio largo, meio gordo, com a unha que preenche todo o dedão. Eu amo o seu dedão, amo sua unha meio feia, amo a semicircunferência branca que sai da sua cutícula e vai até o meio da sua unha, amo a sua mão delicada que sai de um braço firme. Amo que os pêlos da sua mão pareçam meio penteados de lado.É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse.Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te devorar no seu quarto eu tenho de passear de mãos dadas com você em algum lugar qualquer.E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você.

Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega.
E eu acredito na gente. Eu acredito que ainda vou voltar a pisar naqueles cocôs da sua rua, naquelas pocinhas da sua rua, naquelas florzinhas amarelas da sua rua, naquele cheiro de família bacana e limpinha da sua rua.
Como eu queria dobrar aquela esquininha com você, de mãos dadas.Outro dia me peguei pensando que entre dobrar aquela esquininha da sua rua e ganhar na mega-sena acumulada, eu preferia a esquininha. A esquininha que você dobrou quando saiu da casa dos seus pais, a esquininha que você dobrou chorando, porque é mesmo o cúmulo alguém não te amar. A esquininha que você dobrou a vida inteira, indo para a faculdade, para a casa dos seus amigos, para a praia. Eu amo a sua esquininha, eu amo a sua vida e eu amo tudo o que é seu.
Amo você, mesmo sem você me amar. Amo seus rompantes em me devorar com os olhos e amo o nada que sempre vem depois disso. Amo seu nada, apenas porque o seu nada também é seu.Amo tanto, tanto, tanto, que te deixo em paz. Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. Virando e dobrando a sua esquininha. Afinal, por ela você também passou quando não me quis mais, quando não quis mais a minha mão pequena querendo ser embalsamada eternamente ao seu lado.


E eu sigo assim, te amando, mesmo não sabendo até quando.

Escolhas

Não é a gente que escolhe o amor.
O amor que escolhe a gente.



Droga.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sentimento auto-punitivo

Não sei se existe sentimento mais doloroso e auto-punitivo do que, conscientemente, se abrir mão da pessoa amada para preservar a sua própria sanidade. É quase um contra-senso: arriscar perder a sanidade para preservá-la. Dói de um jeito que é difícil de descrever. A sensação de que se está nadando contra a corrente da vida, que se está promovendo um movimento anti-natural na existência humana, é próximo de uma espécie de auto-mutilação. É uma dor física que oprime o peito e queima o coração (literalmente é esta sensação) a cada lembrança dele. Fico às vezes tentando comparar com outros tipos de perda: a pessoa morrer ou simplesmente te trocar por outro ou você descobrir por alguma razão que seu amor não era na verdade grande coisa, enfim, fico tentando achar algum tipo de conforto em minha posição atual. Mas não consigo. Confesso que não.Fiz tudo o que estava ao meu alcance. Não quer dizer que foi muita coisa, mas foi o máximo que consegui. Acho que ele tentou também. E, como eu, encontrou limitações pessoais que ao impediram de enxergar além.Tudo isso torna nossa decisão um pouco mais difícil, mais dolorosa. Tínhamos uma conexão muito forte. Experimentávamos o sentimento do outro, mesmo à distância. E parece que ainda acontece isso. Às vezes estou me sentindo muito tranquilo e sereno e de repente me dá uma angústia avassaladora, não sei vinda de onde. Me dá uma vontade quase que incontrolável de ligar pra ele, para saber como ele está. Ah, como eu gostaria que tudo isso não passasse de um sonho, de um pesadelo. Não sei o que é pior: não ter amado nunca ou amar loucamente, ter a certeza de que encontrou a pessoa da sua vida e no instante seguinte descobrir que este amor está fazendo mais mal do que bem, para os dois. E olha que a gente tentou. Ficamos mais tempo tentando nos entender do que vivendo efetivamente o amor. Perplexos com nosso fracasso, não realizamos como é que aquele sentimento arrebatador e transformador não teve a decência de suportar as primeiras e idiotas crises? Por que é que não conseguimos nos dar uma segunda chance? Sinto esta relação como se fosse uma droga pesada. No começo era só alegria. Depois começou a ressaca e mesmo com ela não quis abandonar o seu barato. Eu precisava sempre de uma dose a mais, mesmo sabendo que no dia seguinte viria o bode. E eu não conseguia largar, de jeito nenhum.E eu não conseguia largar. E agora que larguei, estou em crise de abstinência. Dói o corpo, dói a cabeça, dói a alma. E eu já ouço de novo "bem-feito, se ferrou, agora azar o seu". Tudo bem, eu vou superar isso também.Amei intensamente, fui amada intensamente, nos amamos intensamente.Mas.Ele é uma pessoa extraordinária, que me fez ama-lo intensamente durante todo esse tempo.E isso também doí bastante. O fato de eu não ter nada contra ele também dificulta ainda mais a situação. Se eu pudesse sentir raiva, pelo menos, eu poderia usar isso como forma de auxiliar no processo de esquecimento. Mas eu não tenho nada que o desabone. Ele não é perfeito, não é exatamente uma pessoa simples e permeável, mas nada do que ele me fez ou disse de desagradável ficou marcado em minha memória. Não guardo mágoas.Os bons momentos sempre compensaram. Fui feliz. Muito feliz. Só sinto que eu estava definhando, perdendo a minha sanidade, que já não é grande coisa. Nossa, como eu queria ter alguma razão lógica para esquecer esse homem de uma vez! Meus sentimentos por ele foram quase que patológicos. Fui obssessiva, confesso. É, talvez ele tenha razão. Talvez eu seja a pessoa certa no momento errado.Acho que se você precisa que alguma coisa mude para que você possa amá-la, então algo está fora de lugar. Não me arrependo de nada do que fiz, já que quando fiz era o que eu achava que deveria fazer. Mesmo que a gente nunca mais se veja. Na verdade, duvido que isso aconteça.Ele queria que fôssemos amigos. Acho até que seria possível, mas não de uma hora para a outra. Passar de amor da vida para amigo num estalar de dedos não me parece razoável. Quem sabe um dia a gente consiga. Eu sei que enchi muito o saco dele com esta história. Mesmo assumindo nas entrelinhas que ainda me amava, não conseguia superar as barreiras que de alguma forma provoquei nele. Ou provocamos os dois, sei lá. Paciência.O que é pra ser, será. Mas mesmo assim, acredito que o sentimento não irá morrer.Onde quer que ele esteja, vou sempre torcer por ele, sempre desejar que seja muito feliz, pois ele merece. E como eu acredito em deus, vou rezar por ele. Pensando bem, por ele eu até aceito a efetividade de uma boa e devotada oração. E que a nossa dor se dilua o mais rápido possível e nos permita seguir em frente em nossas vidas com o coração cicatrizado. Amém.